January 30 , 2017:
by Do G1 São Carlos e Araraquara
Quando se pensa nas marcas deixadas por dinossauros vêm à mente ossos e pegadas, mas a ciência trabalha também com outros vestígios. É o caso dos urólitos, rastros deixados no solo pela urina dos bichos e apontados de forma pioneira por Marcelo Adorna Fernandes, pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Por se tratar da primeira descrição de urina relativa a dinossauros, isso coloca o Brasil no cenário mundial da paleontologia como sendo ímpar no quesito urólitos"
Marcelo Adorna Fernandes, pesquisador
O primeiro exemplar descrito em uma publicação científica foi encontrado em uma pedreira de Araraquara (SP) pelo próprio professor. O vestígio tem mais de 130 milhões de anos, quando a América do Sul e a África formavam um único continente, e está exposto no Museu da Ciência de São Carlos.
"Por se tratar da primeira descrição de urina relativa a dinossauros, isso coloca o Brasil no cenário mundial da paleontologia como sendo ímpar no quesito urólitos", explicou Fernandes, docente do Departamento de
Batismo
O nome "urólito" foi dado pelo pesquisador e gerou certa polêmica entre a comunidade científica. Há quem defenda que, em vez de urólito, que significa "urina de pedra", o nome deveria ser "urinólito", ou seja, "urina deixada no sedimento que virou pedra".
As ressalvas quanto à nomenclatura, porém, não diminuíram a importância da descoberta. A marca de urina diz muito sobre a evolução e a fisiologia dos dinossauros.
"Um animal que pudesse excretar em um ambiente desértico indica para a gente que provavelmente tivesse uma coisa parecida com uma bexiga urinária, que na realidade não é uma bexiga verdadeira, mas uma estrutura que pudesse armazenar líquidos", disse o professor.
No caso específico da marca de Araraquara, Fernandes acredita que o animal responsável pelo jato seria um celurossauro, parente distante das emas e dos avestruzes.
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"O bicho mais próximo que a gente tem hoje dos dinossauros seriam as aves e algumas delas urinam, como as aves que não voam, os avestruzes, as emas, e provavelmente, então, os dinossauros da época também pudessem urinar".
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2017/01/marca-revela-que-como-avestruzes-e-emas-dinossauros-tambem-urinavam.html
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